Ex-senador Eduardo Azeredo é condenado à prisão por mensalão tucano

A Justiça de Minas Gerais condenou o ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB) a 20 anos e 10 meses de prisão, em regime fechado, por peculato e lavagem de dinheiro, em razão de atos cometidos durante a campanha eleitoral de 1998. Cabe recurso da decisão.
A sentença, proferida na tarde desta quarta-feira (16), é da juíza da 9ª Vara Criminal, Melissa Pinheiro Costa Lage, e se refere ao que se tornou conhecido como "mensalão mineiro".
"Criou-se uma organização criminosa complexa", argumenta a juíza, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura.
"Foi criado um caixa robusto para a campanha eleitoral, com arrecadação de fundos de diversas fontes, inclusive de recursos públicos da Copasa, da Comig e do Bemge, aproveitando-se do uso da máquina pública", citou na sentença.
Segundo Lage, ao recorrer a empresas de propriedade de Marcos Valério, o ex-governador legitimou dinheiro ilícito e o distribuiu a colaboradores da campanha, sem que essa verba constasse da prestação de contas.
A magistrada ainda faz referência, na sentença, ao "mensalão do PT", dizendo que ele poderia não ter ocorrido se a investigação sobre Azeredo tivesse sido rigorosa e ágil.
"Triste se pensar que, talvez, toda essa situação, bem como todos os crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, tanto do presente feito, quanto do 'Mensalão do PT', pudesse ter sido evitada se os fatos aqui tratados tivessem sido a fundo investigados quando da denúncia formalizada pela coligação adversária perante a Justiça Eleitoral".